Vivemos em um mundo em que estamos acostumados a ter bens e serviços quando e onde os queremos.Na maioria das vezes, nossas expectativas são feitas, mas elas têm um preço.Um deles é a fadiga humana, reconhecida como uma das principais causas de acidentes na indústria de transportes em todo o mundo.Embora o cansaço nem sempre possa ser evitado, é possível enfrentá -lo melhor, ele mantém um novo relatório do Departamento de Atividades do Setor da OIT.
8 de novembro de 2005
BRISBANE (ILO ENLÍNEA) - Uma empresa de caminhões de Queensland foi declarada culpada por infrações relacionadas à fadiga do motorista e teve que pagar uma multa de 165.000 dólares australianos, informou a Australian Broadcasting Corporation em 5 de maio.
Os diretores da empresa e alguns motoristas foram declarados culpados de 306 infrações cometidas em seis semanas.Descobriu -se que os motoristas permaneceram atrás do volante por mais de 18 horas, falsificaram os livros de registro e não respeitavam as pausas.
Este é um caso extremo?De acordo com um relatório da OIT, os australianos estimam que a fadiga é a causa de mais de 30 % dos acidentes envolvendo um único veículo nas áreas rurais.Estudos realizados naquele país também indicam que a fadiga contribui para deficiências no local de trabalho quatro vezes mais do que álcool ou drogas.
Nos Estados Unidos, o cansaço do motorista é a causa de aproximadamente 100.000 acidentes de veículos pesados e 1.500 mortes a cada ano, de acordo com o Conselho Nacional de Segurança de Transportes.O cansaço está presente entre 30 e 40 % dos acidentes de caminhão, que custam 5.000 milhões de dólares anualmente.
O relatório do Conselho Nacional de Segurança de Transportes de 2001 reconheceu que a fadiga é um fator significativo em 20 % de todos os confrontos que envolvem transporte rodoviário comercial.O relatório também diz que mais de 50 % dos motoristas de longo prazo adormeceram enquanto dirigiam.
A falta de sono é uma das principais causas de fadiga.Mais de 45 % dos 238 motoristas de ônibus que cobrem a estrada pan -americana do norte no Peru admitiram ter sofrido um acidente.Cerca de 55 % dormiam menos de seis horas por dia e 80 % tinham o hábito de dirigir mais de 5 horas sem pausas.
"Se o sonho é suportado por um longo tempo, o cérebro em algum momento adormeça espontaneamente. Dura um momento, mas pode ser muito perigoso se ocorrer quando for conduzido. Por exemplo, se um motorista adormecer apenas por um Segundo enquanto dirigia a 100 km por hora, o veículo estaria 28 metros sem controle ", disse Jon K. Beaulieu, autor do estudo da OIT.
"A hora do dia é outra causa importante de acidentes nos condutores de transporte de mercadorias. Os índices de acidentes entre 2 e 5 da manhã são quatro vezes maiores que os níveis durante o dia", acrescentou o autor.
Segundo o estudo, o cansaço está relacionado a acidentes não apenas durante longos passeios de transporte e transporte de ônibus, mas também afeta os motoristas de táxi.Os motoristas de táxi passam muito tempo na rua: 67 % da condução pelo menos 50 horas por semana, enquanto o tempo de resto entre os longos turnos em alguns casos é de apenas três minutos, com 37 minutos em média.
Como enfrentar a fadiga
Alguns governos estão cientes do perigo que o cansaço representa e começou a agir.
Muitos dos motoristas de veículos comerciais são obrigados por lei a manter livros de registro com as horas que dirigem e as pausas feitas.Esses registros servem se cumprirem os regulamentos.As necessidades econômicas e alguns termos do contrato sobre a remuneração, como o pagamento apenas para carga transportada ou a falta de pagamento quando retornarem vazios, podem fazer com que os motoristas se sintam pressionados e falsifiquem os registros ou transportem mais de um livro.
É por esse motivo que a União Europeia introduziu recentemente o tacógrafo digital para facilitar os operadores e o controle das autoridades do horário de condução.Este instrumento mede e registra a velocidade e o tempo de condução, combina funções de relógio e velocímetro.Ele deve ser instalado em todos os veículos fabricados após 5 de agosto de 2006.
A Comissão Europeia procura melhorar a segurança rodoviária e as condições de trabalho dos motoristas e garante condições semelhantes para a concorrência entre as empresas de transporte.A diretiva da União Europeia no dia útil entrou em vigor em 2005. Além disso, a Comissão está prestes a aprovar duas propostas que revisam as normas de 20 anos da idade ao longo do tempo dedicado a dirigir e melhorar sua aplicação na UE.
As regras que regulam o dia de trabalho na União Europeia estabelecem que um motorista pode trabalhar até 60 horas em qualquer semana, mas mais de quatro meses a média não deve exceder 48 horas por semana.No que diz respeito ao tempo de condução, existem limites diários e quinzenais de nove e 90 horas, respectivamente.O período de descanso diário é de pelo menos 11 horas, mas pode ser reduzido para 9 horas não mais que três dias por semana e deve ser recompensado na semana seguinte.Essas regras de tempo de condução e períodos de descanso e o rigor mínimo de sua aplicação serão adotados no início de 2006.
Desde 2004, os motoristas nos Estados Unidos não podem lidar com mais de 11 horas, que devem ser alternados com dez horas de descanso.Esses regulamentos se aplicam apenas a motoristas e transportadoras de mercadorias, motoristas de passageiros e operadoras continuam a operar sob os padrões existentes enquanto avaliam aspectos específicos relacionados ao cansaço nessa atividade.
O estudo também cita iniciativas das organizações e empregadores dos trabalhadores para aumentar a conscientização sobre a questão do cansaço e para que os motoristas possam ter tempos de descanso adequados.
Uma iniciativa conjunta de empregadores e trabalhadores de uma empresa australiana permite que seus motoristas participem voluntariamente dos testes de uma nova tecnologia para a detenção de sonolência, que alerta o motorista e a base quando estão com sono.A tecnologia Optalert desenvolvida durante a última década inclui alguns óculos com sensores infravermelhos que monitoram os olhos e os movimentos das pálpebras.Quando o motorista está com sono, esses movimentos são mais lentos e as informações são transmitidas para uma pequena unidade de processamento que envia um sinal de alerta auditivo.
O OU sempre deu importância à questão do horário de trabalho.EleContrato sobre duração do trabalho e períodos de descanso (transporte rodoviário) (nº 153)de 1979 aborda as horas de trabalho e descansam no transporte rodoviário.Segundo o contrato, todo motorista tem direito a uma pausa após quatro horas de condução ou após cinco horas de trabalho contínuo.O tempo máximo de condução em um dia não deve exceder nove horas e o período de descanso não deve ser inferior a oito horas consecutivas.Até agosto de 2005, apenas oito estados membros da OIT ratificaram este instrumento.
Use um-Questões relacionadas à fadiga e horas de trabalho no setor de transporte rodoviário, por Jon K. Beaulieu, International Labor Office, Genebra, 2005.
